segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Colecção Onda Curta - 4águas

 


Fernando Pessanha lança novo trabalho intitulado

“Hotel Anaidaug”

    

"O Arquivo Histórico Municipal de Vila Real de Santo António recebe, no próximo dia 10 de Janeiro, pelas 18:00, a inauguração da exposição de ilustrações “Hotel Anaidaug/Encontros Improváveis”, de Artur Filipe, e a apresentação do livro “Hotel Anaidaug”, de Fernando Pessanha.
A exposição, que ficará patente ao público até dia 31 de Janeiro, consiste no conjunto de ilustrações que o artista produziu para as obras de ficção de Fernando Pessanha. De acordo com o escritor, o novo livro, “Hotel Anaidaug”, consiste num «breve enredo inspirado na história do mais antigo hotel do Algarve, porém, uma história alternativa, já que tem lugar numa realidade paralela». A obra, publicada pela editora 4Águas, faz parte da colecção “Onda Curta” e já tem várias apresentações marcadas em Portugal e em Espanha. A apresentação no Arquivo Histórico Municipal de VRSA está a cargo de Luís Romão e contará com a presença do editor da 4Águas, Fernando Esteves Pinto". 
 

terça-feira, 19 de novembro de 2013

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Salão do Livro de Huelva - 2013


VII SALON DEL LIBRO IBEROAMERICANO DE HUELVA

OCIB Otoño Cultural Iberoamericano

Huelva 15, 16, 17 y 18 de Octubre de 2013


MARTES 15 DE OCTUBRE

17:30h. Calle Mora Claros frente a la Fundación Caja Rural del Sur

Actuación del grupo de danza y folclore de Colombia

18:30h. Fundación Caja Rural del Sur  c/ Mora Claros 4-6

Inauguración

19:00h.

Mesa redonda: El libro electrónico en Andalucía Juan José Téllez (Director del Centro Andaluz de las Letras) Javier López (Secretario de la Federación Andaluza de Libreros) y Vicente Luis Mora

20:00h.

Cata de libro, jamón y vino: Las cenizas de abril novela de Manuel Moya (España)

23:00h. Bar 1900 c/ Garcia Fernández nº 10

Recital poético de Mª Isabel Benet  (México) Poemas bordados sonoros de México y John Harold Davila García (Colombia)

 
MIÉRCOLES 16 DE OCTUBRE

10:00h. IES de Huelva

Encuentros con el Autor: Silvana Tobón (Colombia), John Harold Dávila García (Colombia), Margarida Vale de Gato (Portugal) Manuel Moya (España) y Mª Isabel Gómez Benet (México)

12:00h. Biblioteca Pública Provincial Avda. Martín Alonso Pinzón nº 16

Documental: Mujeres no contadas (49') de Ana Cristina Monroy Berneche (Colombia)

18:00h. Fundación Caja Rural del Sur  c/ Mora Claros 4-6

Documental Guatapurí, Río de Agua Fría, la leyenda (50') de Gabriel Turriago (Colombia) y Silvana Tobón (Colombia)

19:00h.

Mesa redonda Correntes d´Escritas y la literatura portuguesa actual con Manuela Ribeiro (Portugal), Afonso Cruz (Portugal) y  Margarida Vale de Gato (Portugal) Modera Manuel Moya (España)

20:00h.

Cata de libro, vino y jamón: El examen novela de Marcos Gualda Caballero (España)

23:00h. Bar 1900 c/ Garcia Fernández nº 10

Recital poético de Etnairis Ribera (Puerto Rico) Manuel Moya (España), Silvana Tobón (Colombia) y concierto de John Harold Dávila García (Colombia)

 
JUEVES 17 DE OCTUBRE

10:00h. IES de la Provincia

Encuentros con el Autor: Silvana Tobón, (Colombia) John Harold Dávila García (Colombia), Margarida Vale de Gato (Portugal) Manuel Moya (España) y Mª Isabel Gómez Benet (México)              

12:00h. Biblioteca Pública Provincial Avda. Martín Alonso Pinzón nº 16

Documental: Este pueblo necesita un muerto (48')  de Ana Cristina Monroy Berneche (Colombia)

18:00h. Biblioteca Pública Provincial Avda. Martín Alonso Pinzón nº 16

Documental: Desde diversas orillas (57')  de Ana Cristina Monroy Berneche (Colombia)

19:00h.

Presentación de la novela Mi vida con Plotach de Inma Luna (España)

21:00h Gran Teatro

Coplas del buen amor del Arcipreste de Hita

con Marisol Membrillo y Ricardo Luna y la música de Mabel Ruíz y Carlos González

Dirección de Manuel Canseco y Dramaturgia de Antonio Serrano

23:00h. Bar 1900 c/ Garcia Fernández nº 10

Recital poético de Margarida de Vale Gato (Portugal), Alejandro Luque (España), Inma Luna  (España) y concierto presentación del disco Coordenadas de Juan Luis Pineda y Alejandro Luque (España)

 
VIERNES 18 DE OCTUBRE

10:00h. Biblioteca Pública Provincial Avda. Martín Alonso Pinzón nº 16

Encuentros con el Autor: Inma Luna (España), Alejandro Luque (España) y Tiago Nené (Portugal)

12:00h. Biblioteca Pública Provincial Avda. Martín Alonso Pinzón nº 16

Documental: Por si se te olvidó mi letra (49')  de Ana Cristina Monroy Berneche (Colombia)

18:00h. Fundación Caja Rural del Sur c/ Mora Claros 4-6

Recital de Mª Isabel Benet (México) Renacimiento en el Súper

19:00h.

Presentación del libro de relatos Encontros improváveisde Fernando Pessanha (Portugal), presentan Tiago Nené y Fernando Esteves Pinto (Portugal)

20:00h.

Cata de libro, vino y jamón: A(mar)es poemas de Etnairis Ribera (Puerto Rico)

 
Exposiciones

Sala de exposiciones de la Caja Rural del Sur

Artistas colombianos: Diana Tabares Metrópolis estructuradas y Alberto Vélez Agua y oxígeno para el planeta

Los lugares de Pessoa Casa Museo Fernando Pessoa de Lisboa

 
Participantes:

PORTUGAL                     
 
Afonso Cruz                     
Fernando Pessanha                
Fernando Esteves Pinto       
Tiago Nené                             
Manuela Ribeiro                                           
Margarida Vale de Gato                                                                      
Marcelo Teixeira 
 
COLOMBIA
 
Alberto Vélez
Silvana Tobón 
Diana Eugenia Tabares Gil
Erica Lorena Arroyave Arenas
John Harold Davila Garcia
 
ESPAÑA
 
Alejandro Luque
Marcos Gualda Caballero
Inmaculada Luna
Juan Luis Pineda
Juan José Téllez Rubio
Manuel Moya
Vicente Luis Mora
Javier López
 
MÉXICO
 
Mª Isabel Benet
 
PUERTO RICO
 
Etnairis Rivera
                                                                                

                                                                                                                                                             
Colaboran:

Universidad Internacional de Andalucía

Universidad de Huelva

Consejería de Educación, Cultura y Deporte de la Junta de Andalucía

Ayuntamiento de Punta Umbría

Casa Museo Fernando Pessoa de Lisboa

Denominaciones de origen

 

sábado, 31 de agosto de 2013

Encontros Improváveis

 

Presentacion del Libro “Encontros Improváveis”,

del escritor português Fernando Pessanha, en la Biblioteca Provincial de Huelva

 Se trata de una obra de ficción, escrita por Fernando Pessanha, y la cual ha sido presentada en los últimos meses por escritores portugueses, como José Carlos Barros, para quien el libro tiene un “hilo narrativo delicioso "o Tiago Nené, para quien el libro revela una "reflexión en la que se indaga continuamente la función de ser, la temporalidad y la existencia en el mundo". Según el autor, "Encuentros improbables" se presenta como una obra ", donde aparentemente las distintas historias terminan siendo interconectadas a través de acontecimientos que influyen en la experiencia de los distintos personajes que componen los diferentes planes de acción. En general, la trama se presenta como un "microcosmos" que tiene como fondo la complejidad de las relaciones humanas, sociales y la manera sutil como estas son determinantes en la vida de terceros."

Esta obra, publicada por Ediciones Mandil, cuenta con las ilustraciones del artista farense Artur Filipe. La presentación estará a cargo de Diego Mesa, coordinador del taller" Cátedra José Saramago "y se llevará a cabo el 25 de septiembre a las 20:00 horas, en el Salón de la Biblioteca Provincial de Huelva ".
 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

leituras

 



Dois autores:

 

Fernando Esteves Pinto (FEP), nascido em 1961, natural de Cascais e residente no Algarve (Olhão) há várias décadas, autor sobejamente conhecido e integrado no grupo da nova geração de talentos nacionais (José Luís Peixoto, Walter Hugo Mãe, Gonçalo M. Tavares e José Carlos Barros, etc…) com várias obras publicadas e premiadas na área da poesia, romance e ensaio. Também Editor (revista de literatura Sulscrito e 4aguas).

 

Fernando Pessanha (FP) nascido em 1980, natural de Vila Real de Santo António, músico, compositor e historiador (“A cidade Islâmica de Faro”edições Mandil 2013), membro da CEPHA; sendo “Encontros Improváveis” a sua primeira obra de ficção.

 

Com uns representativos 20 anos de diferença na idade, estão, no entanto, os dois autores, irmanados por“improváveis” afinidades e cumplicidades geradas no quadro da movida cultural do Portugal democrático e Europeu contemporâneo, sobretudo a partir da mudança de paradigma que desde os anos 80 veio anunciar uma sociedade pós-industrial e de informação assente no sector terciário dos serviços e de classe média generalizada. Sociedade mais a fim de estabelecer laços e cumplicidades intergeracionais, culturais, raciais etc… do que os tradicionais blocos classicistas assentes em posturas de cariz ideológico e sectário, actualmente tidos como redutores e castrativos, produtos ultrapassados da lógica modernista das sociedades industrializadas e tecnocráticas anteriores à nova sociedade de informação.

 

Nascidos e criados em famílias oriundas do mundo estratificado do trabalho com poucos ou nenhuns recursos literários (casa sem livros), obrigados a assegurar desde cedo a sua autonomia e subsistência, entram no mundo da criação resgatando o tempo às rotinas da vida profissional, criando nas horas escassas, nos intervalos da labuta. (Património Bukowski de FEP; Os Machados, A Livreira e o Escritorde FP).

 

A pressão de uma situação, a todos os títulos periférica e suburbana, resultante dessa condição socioeconómica e cultural vai-se reflectir no enfoque social da sua produção marcada pelo desencanto, pelo morbos de uma redução existencial gerada numa ausência de futuro ou ideal, condição assaz comum nas recentes gerações das sociedades ocidentais em capitalismo terminal (Saga in FEP e A Livreira e o Escritor in FP). É neste clima que ambos os autores se movem numa estratégia de distanciamento pela ironia e de exploração mórbida das relações sociais marcadas pelo abandono dos sujeitos ao solipsismo narcísico e autista de um ambiente em constante mutação. Impossibilitados de estabelecer afectos estáveis e desejáveis, caem num universo de incomunicabilidade, inclusive consigo próprios (culto do silêncio e do vazio), gerador duma sensação de sortilégio e acaso marcados pelo absurdo e equívoco nos encontros/desencontros sempre improváveis, algo inúteis e desviantes da amalgama urbana da vida acelerada da competição generalizada (Observação do Pensamento,Saga, in FEP; e todo o livro de FP). Traços de carácter que se foram instalando na modernidade, com autores como Kafka, Poe, Pessoa, passando por Joyce, Becket, Sartre, Camus, Vergílio Ferreira, entre muitos outros, onde é patente a progressiva perda dos referentes que durante séculos apoiaram a narrativa literária.

 

Deus, o Homem, a comunidade implodiram sob a pressão do progresso tecnológico isolando o sujeito numa orfandade ôntica, dir-se-ia amnésica, afundando-o num niilismo sem recurso. O expressionismo brutalista e surdo deste modo existencial parece ser a única forma de comunicação pessoal e interpessoal (Saga, Coração da Cidadein FEP; A Psicóloga, O Acidente, in FP). O grito (lembrando o quadro de Munch e o não menos emblemático poema o UIVO de Alan Guinsberg), único esgar audível num universo nocturno povoado de fantasmas/zombies que circulam penosamente saindo e entrando na vida dos afectos como assombrações, num sonâmbulo microcosmos tão vivido quanto sonhado. O romance negro manifesto no goticismo de um Poe trespassa o clima de alguns contos de Pessanha (O Acidente), que surrealizando kafkaniamente (A Psicóloga), ora lançando-nos na teia dos equívocos Camusianos (A Madrasta; Os Machados) ou, na vertigem do sortilégio Sartiano (A Prima) vai-nos envolvendo no clima de uma psicologia existencial, especialidade fenomenológica comum à densa prosa de auto interpretação de Fernando Esteves Pinto, como em (Observação do Pensamento), acentuando a afinidade de ambos os escritores a uma abordagem de teor existencial.

 

É também recorrente a presença nas páginas das duas obras da única e fatal âncora do sujeito em desagregação: O Corpo Erotizado (A Madrasta, A Prima, Os Machados, de FP; Bukowski e Lydia Vance, Saga, Coração da Cidade de FEP). Centro vulcânico da compulsão sexual, o corpo, que exacerba e requisita em desespero salvífico, o eu concreto e coisificado, centro sensitivo, poço escuro da volúpia emocional e presencial do sujeito.

 

Dois autores cuja obra difere no estilo, recursos narrativos, maturidade e formação assinalando uma variação geracional do “estado de consciência” e de sociabilidade face à condição dominante da época, que teima em perdurar nesta espécie fim de tudo que habitamos. Idade terminal pronunciadora de enormes catástrofes, arrasta na sua queda os valores e as ideias, alicerces de qualquer sociedade humanista rumo a uma repelente trans-humanidade. Pesadelo que promove um gélido e idiota ser protésico: o andróide humanizado, o herdeiro da terra e mentor da saga iluminista que oferece a humanidade de barato, em sacrifício ao Deus Progresso, Pai da famigerada Modernidade e da sua colossal impostura.

 

É neste contexto que, penso, devem ser lidos estes dois livros: como núcleos de resistência humanista. Uma resposta de bem-humorada e fina ironia (Terapia dos Livros in FEP; e todos os contos de Encontros Improváveis de FP),dando-nos sinal positivo da subsistência e sobrevivência do sujeito soberano e imprevisível, capaz de alterar a actual condição e desafiar na sua anónima e épica luta as forças devastadoras que incautamente criou. Oxalá o consiga, no entanto, só a arte e a criação é capaz de proteger a individualidade e criar o distanciamento lúcido. Delas depende a compreensão necessária ao sentido de existência do Humano Sentidoque nestes dois livros é superiormente questionado e equacionado à luz de uma profunda e contemporânea visão.


José Bivar
Bela Mandil, 9 de Julho de 2013.

 

 


quarta-feira, 3 de julho de 2013

Leitura

 


«Encontros Improváveis» é o primeiro livro de ficção do historiador Fernando Pessanha. Na obra, e ao longo dos contos que a compõem, o autor vai tecendo enredos inventivos com imagens mais ou menos cristalizadas no tempo e espaço. Nesse âmbito, é notória a preocupação do autor para desconstruir visões unilaterais que costumam funcionar como base de preconceitos na sociedade dos dias de hoje, havendo nestes contos uma ponte entre o que é mundano e espiritual. Amplia-se aqui o processo perceptivo, a dialética enquanto instrumento de leitura capaz de levar o sujeito a compreender a multiplicidade e o lado híbrido das imagens. Ao longo da obra vemos constrangimento, diferentes enquadramentos e, claro está, situações insólitas, improváveis, sempre com muita acção e fôlego acelerado, com uma concessão, do meu ponto de vista benéfica, a um lado mais cinematográfico. Assiste-se também a uma permanente reflexão em que se indaga permanentemente a função do ser, a temporalidade e a existência no mundo. É porém uma reflexão indirecta, no sentido em que é o leitor que reflecte a partir das cenas, muitas delas fortes e com um final surpreendente e de ruptura com as próprias palavras até então. É a literatura enquanto devolução, mas com risco corrigido e calculado, espelho que movimenta o corpo apenas pelo olhar na sua direcção. Os temas são, alguns deles, fortes, mas sempre tratados com elegância, convidando o leitor a sentir a força das cenas, integrando, ele mesmo, os fantasmas e os medos de cada uma das personagens.

Tiago Nené


domingo, 28 de abril de 2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013

tão nome de tudo



Colaboram: António Pedro Ribeiro, Dolors Alberola, Fernando Esteves Pinto, Henrique Manuel Bento Fialho, José Bivar, Josefa Virella Trinidad, Luis Ene, Maria João Cantinho, Margarida Vale de Gato, Santiago Aguaded Landero, Sandra Cruz e Tiago Nené.

Prefácio: Maria João Cantinho

Capa e paginação: Inês Ramos

Depoimentos, poemas de Rui Costa, entrevistas e fotografias fazem parte deste nº da revista de literatura Sulscrito.


4águas editora


Dia 23 de Abril, pelas 18h, na Biblioteca de Vila Real de Santo António, a 4águas participará numa tertúlia "O livro: literatura e não só" com a representação dos autores: Adão Contreiras, Fernando Esteves Pinto, Fernando Pessanha, Manuel Madeira, Miguel Godinho, Tiago Nené e Vítor Cardeira.

quinta-feira, 28 de março de 2013

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Poetas a sul do Século XXI - Ano 13

 


“O século XXI pode ser (e será) de ruptura a muitos níveis. Talvez os poetas sejam os herdeiros do futuro ainda a ser, porque semeiam num campo muito para além do tempo físico. O Sul, estando abaixo, ou por baixo, é uma raiz que, apesar de todas as vicissitudes, permanece. Poderá acordar e ser (ou nunca ser). Talvez esse sul seja mais universal e vasto, logo, mais profundo, que o frio norte, racionalista e consumista, pai e mãe de todas as crises. Para lá do mar, do céu, do sonho, há todo um novo mundo a que só vagamente aportamos pelo ideal. O resto, economias e finanças, são a ilusão e a cegueira com que disfarçamos a nossa incompetência de viver a liberdade.”

Reinaldo Barros

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Poema de Rui Costa


ACIDENTE I
(helderiana virulenta)    

eu às vezes apetece-me que vocês sejam felizes hoje,
roubando aos bocados. Com gotas de sono a morder alto,
rebentando nas asas.
Às vezes procuro chamar a atenção, isto é, por vezes decido morrer
para sempre. Sem anzóis a cair dos braços movendo o ritmo do ar.
E sem pena, horizontal a tudo. Então costumo ver os amigos encostados
uns aos outros, lavando árvores. Ou entrando pelo sangue, com as mãos
todas a dar olhos.
Lembro-me de vocês quando decido morrer para sempre.
E quando sou eterno, comendo folhas sentado.
Sei que há paredes brancas onde as éguas não entram. Ficamos
às vezes à conversa nos rios infinitos, chorando lentamente
uma felicidade louca. E somos loucos perguntando, chovendo
no coração louco. E nada existe que não seja apavorado e
tremendo.

Mas tu sabes. Eu quero que tu oiças. As nuvens são inteligentes
e é por elas que as nossas mãos recebem. Por tudo quanto não existe,
pondo pedras demoradas junto ao lugar do amor. Tantos mortos,
dizes,
órgãos repartidos por tanta nenhuma coisa. Nada. Tanto.
Eu sou louco e compreendo. Eu tenho o meu orgulho e a minha força.
Canso-me. Uso as minhas mãos. Deixo o coração ser alternado
e comestível. E o vento passa lá fora e eu passo cá dentro e lá fora.
E sigo o rumo das papoilas e digo que amo as coisas raras.
Neste extremo lugar dos homens,
                                                            coroado de tudo.

In As Limitações do Amor são Infinitas - Sombra do Amor - Edições